terça-feira, 18 de novembro de 2008

Juó Bananère

Quem já conhecia, reveja. Quem não conhecia, deleite-se!
“Juó Bananère (Alexandre Marcondes Machado), paulista que se tornou popularíssimo no Brasil pela irreverência de suas paródias a sonetos de Camões e de Olavo Bilac, a poesias de Casimiro de Abreu e de Guerra Junqueiro, bem como pelas sátiras políticas contra o marechal Hermes da Fonseca e outros figurões da velha República. Parodiou também La Fontaine e Machado de Assis, escrevendo em dialeto macarrônico, numa imitação dos habitantes de origem italiana do Abaixo-Piques, bairro de São Paulo. Deixou um livro, apenas, "La divina Increnca", cujo êxito foi sensacional, e que é nos dias de hoje uma raridade bibliográfica. Otto Maria Carpeaux, em interessante estudo, considerou Juó Bananère um prémodernista, principalmente pelo fato de ter começado a tratar de forma irreverente as produções do romantismo e do parnasianismo, até então levadas muito a sério”. (Extraído de "Antologia de Humorismo e Sátira", Editora Civilização Brasileira - Rio de Janeiro, 1957, pág. 305, seleção de R. Magalhães Júnior. No site http://www.releituras.com/juobananere_menu.asp )

Um exemplo de sua poesia (do site http://bananere.art.br/ )

MIGNA TERRA

MIGNA terra tê parmeras,
Che ganta inzima o sabiá.
As aves che stó aqui,
Tembê tuttos sabi gorgeá.

A abobora celestia tambê,
Che tê lá na mia terra,
Tê moltos millió di strella
Che non tê na Ingraterra.

Os rios lá sô maise grandi
Dus rios di tuttas naçó;
I os matto si perde di vista,
Nu meio da imensidó.

Na migna terra tê parmeras
Dove ganta a galigna dangola;
Na migna terra tê o Vap'relli,
Chi só anda di gartolla.

(Vap’relli é o professor Spencer Vampré. Veja o glossário de Juó em http://bananere.art.br/notas#capito )

Não deixe de ler o texto de Trajano Vieira “Juó Bananère e a caricatura verbal”, em http://paginas.terra.com.br/arte/PopBox/juobananere.htm