segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Cérebro e Criatividade

De Lemming, um ‘escriba’ do site Slashdot, dá a dica: “Susanne Jaeggi, uma psicóloga da University of Michigan, pode ser capaz de ajudar. Ela inventou um jogo para treinamento do cérebro que funciona de verdade. É um jogo estranho e complexo que envolve sequências de quadrados em uma tela de computador, e ele melhora definitivamente a ‘inteligência fluida’ – aquela parte de sua mente que trata diretamente com a novidade crua da experiência, ou, como definiu Jaeggi, ‘a habilidade de raciocinar e resolver novos problemas independentemente de um conhecimento previamente adquirido’. Aqui está um link (do PNAS) para o abstract/resumo de seu estudo. E o projeto Brain Workshop (Sourceforge.net) liberou uma versão aberta do jogo usado no estudo”. Aqui está a tradução do resumo:

Improving fluid intelligence with training on working memory
Melhorando a inteligência fluida com treinamento da memória de trabalho
Susanne M. Jaeggi et al.
Published online before print April 28, 2008, doi: 10.1073/pnas.0801268105

A inteligência fluida (Gf) se refere à habilidade de raciocinar e de resolver novos problemas independentemente de conhecimentos previamente adquiridos. A Gf é muito importante em uma ampla variedade de tarefas cognitivas, sendo considerada um dos mais importantes fatores da aprendizagem. Além disso, a Gf relaciona-se estreitamente com o sucesso profissional e educacional, especialmente em ambientes complexos e exigentes. Ainda que o desempenho em testes de Gf possa ser melhorado através do treinamento direto com os próprios testes, não há evidências de que o treinamento ou qualquer outra terapia produza incremento na Gf em adultos. Mais: existe uma longa história de pesquisas sobre treinamento cognitivo demonstrando que ainda que o desempenho em tarefas possa ser melhorado dramaticamente, a transferência dessa aprendizagem para outras tarefas permanece insuficiente. Apresentamos aqui evidências da transferência do treinamento em uma tarefa difícil de memória de trabalho para mensurações da Gf. Essa transferência se efetua ainda que a tarefa treinada seja inteiramente diferente do próprio teste de inteligência. Além do mais, demonstramos que a extensão do ganho em inteligência depende criticamente da quantidade de treinamento: quanto mais treinamento, maior a melhora da Gf. Isto é, o efeito do treinamento depende de sua dosagem. Assim, em contraste com muitos estudos anteriores, concluimos que é possível aumentar a Gf sem executar as próprias tarefas de teste, o que abre uma grande amplitude de aplicações.

O artigo (PDF) também pode ser lido em: http://www.iapsych.com/articles/jaeggi2008.pdf